sexta-feira, 23 de maio de 2014

"A educação no Brasil aumenta a desigualdade" Gustavo Ioschpe

GUSTAVO IOSCHPE



Economista afirma que o governo gasta mal o dinheiro do ensino e defende a cobrança de mensalidade nas universidades públicas.


Qual a sua avaliação da educação brasileira?

 Gustavo Ioschpe-

Vivemos um momento em que o Brasil está perdendo o bonde da história. O mundo em geral, especialmente os países desenvolvidos, está massificando o ensino universitário, e o Brasil continua tendo uma universidade voltada para a elite. Os países desenvolvidos já estão há décadas com 100% de matrícula no ensino primário e secundário. E só agora o Brasil conseguiu 100% no ensino fundamental, enquanto o ensino médio está em 40%. 
Abre-se um abismo não só entre o Brasil e os países desenvolvidos, mas também
 entre outros países subdesenvolvidos, como a China e o Chile, que estão avançando na área educacional. Tem de haver um movimento muito acelerado de recuperação da educação no
 Brasil. E isso só vai acontecer quando a sociedade brasileira entender a educação
 como uma variável estratégica para o desenvolvimento e exigir do poder público um ensino de resultado. Já os professores, diretores, as pessoas que pensam a educação, têm um componente ideológico muito forte.


Como assim
GUSTAVO IOSCHPE -

Nas escolas de formação de professores é priorizada a idéia de
criar um cidadão consciente, engajado. Não se formam mais professores
que saibam alfabetizar ou ensinar o aluno a fazer contas. Tenho discussões homéricas com alguns setores da USP. Falo que eles precisam orientar o
professor a ensinar o aluno a ler e escrever. E eles dizem que isso é uma tarefa reducionista, coisa de economista, uma visão neoliberal do mundo e que a
escola é muito mais do que isso.
Fonte

Reportagem de Fernando F. Kadaoka

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